As interrogações continuam. Tentei vendar os olhos do meu coração pensando que, se ele não vê, não sente. Mas não posso controlar as emoções. Não posso agarrar e confrontar o coração pensando que serei mais forte que ele. Ele já ditou vários exemplos que é através dele que ainda estou viva, que por ele ainda sinto, e se ele deixar de respeitar as normas... quem perde sou eu.
Tá, sacudi um lenço branco e pedi trégua. Assumi a minha fraqueza, pulei num altar e proclamei-o vencedor... vi-o pulsar de orgulho, abrir uma garrafa de vinho e celebrar o título de campeão.
De certa forma, senti o meu orgulho ferido. Senti-me mais só do que nunca (afinal o meu coração estava contra mim). Com dificuldade assumi que não sou tão forte como aparento ser. Que tenho medo e que a realidade é mais real que a ilusão de mostrar o que não sou.
Quis correr... então, corri... mas ele seguiu-me, segurou-me pelo braço, parou-me. Quis conversar... disse-me que tenho que aceitar as suas condições pra ser feliz, que nada é imutável por isso os sentimentos também alteram. Que prevalece a vontade de se abrir e respirar pra vida e não ficar escondido no escuro, ele precisa respirar, que devo-lhe dar a liberdade e não trancá-lo dentro de mim. E se eu segui-lo irei ter as respostas que preciso, porque conforme ele sublinhou, temos que dialogar.
Engraçado, num determinado momento da vida, aprendo coisas que, com toda a sinceridade, deveria ter aprendido há anos, até mesmo pra ter tido a capacidade de evitar tombos feios, choros, fracassos inesperados.
Porque és assim coração?! Porque tanta intensidade! Não quero mais senti-la. Ninguém mais sabe o que é isso! Ninguém mais a sente! Ninguém mais vive assim! Tudo é muito impessoal. Cheio de estereótipos, frases feitas. De figuras, de exterior. Frio! Tudo errado!
Quero ser fria. Ter uma mente fria. Transformar-me, assim, conseguirei com certa segurança tratar de certos assuntos, ser fria a ponto de cometer falhas imperdoáveis até pra os piores alter-egos já descritos. ""Aparentar um ar de “mulher misteriosa”, que se esconde atrás de gestos, caras e bocas."" Nada muito exagerado. Ser fria ao usar qualquer um dos meus recursos femininos.
Serei feliz assim?!
Desculpa-me coração, pois sei o quanto és feliz vivendo com tanta intensidade!
Aqui dentro, uma saudade de mim. Quando um dia rompi traços, rompi as imagens, quebrei as máscaras, as personagens, e me encontrei, passei a viver eu! Apenas eu, tal como sou, como nasci, como cresci e como me fiz.
Enquanto isso, eu vivo. Vivo comigo tal como sou, sofrendo as mudanças que os atropelos da vida de certa forma me causou.
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